A Síndrome de Burnout se tornou um termo cada vez mais familiar nos últimos anos, especialmente no contexto do ambiente de trabalho. É uma condição debilitante que se manifesta quando alguém se sente esgotado, desmotivado e incapaz de executar tarefas ou tomar decisões, mesmo em situações que normalmente seriam administráveis.
De acordo com um recente estudo realizado pela International Stress Management Association (ISMA-BR) em parceria com a Sociedade Brasileira de Coaching, o Burnout afeta um número crescente de trabalhadores no Brasil. O estudo, conduzido em 2019, revelou que cerca de 32% dos trabalhadores brasileiros sofrem desse transtorno, com os setores de saúde, educação e serviços públicos sendo os mais impactados. Alarmantemente, mais da metade dos entrevistados (55%) relataram sentir-se completamente esgotados e sem energia no ambiente de trabalho.
Para uma compreensão mais profunda desse problema, buscamos a orientação de Paula Soares de Oliveira, psicóloga da Psicologia Viva.
O Que É o Burnout? Paula Soares de Oliveira explica que o Burnout é o resultado de um estresse crônico relacionado ao ambiente de trabalho. Segundo o Ministério do Trabalho, a Síndrome de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, é um distúrbio emocional caracterizado por sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, resultante de situações de trabalho altamente desgastantes, frequentemente marcadas por intensa competição e elevada responsabilidade.
Embora seja mais comum em profissões de alto estresse, é importante ressaltar que qualquer pessoa, em qualquer tipo de trabalho, pode ser afetada por essa síndrome. O Burnout pode se desenvolver gradualmente ao longo do tempo ou surgir de repente, como resposta a um evento estressante.
Principais Causas da Síndrome de Burnout A causa predominante do Burnout é a percepção de uma sobrecarga de trabalho, com excesso de atividades que dificultam o cumprimento eficaz das tarefas diárias. No entanto, existem outras causas comuns, incluindo ambientes organizacionais competitivos, uma pressão intensa para alcançar resultados, a falta de planejamento e pausas, a realização de atividades fora do horário de trabalho e a dificuldade em delegar ou dizer não, o que pode resultar no acúmulo de responsabilidades ao longo do tempo.
É fundamental distinguir a Síndrome de Burnout do cansaço comum, uma vez que ela é caracterizada por sintomas persistentes que se manifestam ao longo do tempo, em oposição a eventos esporádicos. O diagnóstico preciso exige avaliação por médicos e psicólogos, levando em consideração o início e a gravidade dos sintomas.
Principais Sintomas Os sintomas físicos da Síndrome de Burnout incluem pressão arterial elevada, fadiga, dores de cabeça, dores no corpo, sudorese excessiva, distúrbios do sono e mudanças nos padrões alimentares. Em termos psicológicos, as pessoas afetadas frequentemente experimentam sentimentos de desvalorização, medo de fracassar, paralisia diante das atividades de trabalho devido ao pânico, falta de motivação para comparecer ao trabalho, desinteresse em participar de atividades físicas devido ao cansaço mental e episódios de aumento da pressão arterial, fadiga e desmotivação em relação à rotina de trabalho.
É crucial ressaltar que, quanto mais cedo o Burnout for tratado, maiores as chances de prevenir que se torne uma condição crônica. O tratamento pode envolver mudanças no estilo de vida, como a incorporação de exercícios físicos regulares, garantir um sono adequado e adotar uma alimentação saudável. Além disso, buscar apoio de amigos, familiares e profissionais de saúde mental é fundamental. Em certos casos, pode ser necessário afastar-se temporariamente do ambiente de trabalho para recuperação.